Estudo de poder e dever na perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional
Pablo Jardel Oliveira do Rosário, Profa. Dra. Cibele Naidhig de Souza
Este estudo, em nível de iniciação científica, é vinculado ao projeto maior, intitulado “A modalidade no português do Brasil: estabelecimento de contextos de ocorrência e descrição do funcionamento de verbos”, da orientadora, na Ufersa, Caraúbas. A proposta foi examinar usos modais dos verbos poder e dever na língua portuguesa em uma perspectiva funcionalista da linguagem. Identificam-se diferentes valores modais de poder e dever e busca-se fazer a análise desta polissemia relacionando-a à gramaticalização de verbos modais (HOPPER; TRAUGOTT, 2003; HENGEVELD; DALL'AGLIO HATTNHER E HENGEVELD 2016; SOUZA, 2017). Analisaram-se ocorrências retiradas do Corpus do Português (disponível em corpusdoportugues.org), especificamente do banco de dados Web Dialetos, que armazena material de páginas da internet da contemporaneidade. Levando em consideração estudos sobre os verbos, adotaram-se alguns parâmetros pertinentes à interpretação em um ou outro valor modal que, segundo estudiosos, revela graus diferentes de gramaticalidade. Os parâmetros adotados foram tipos de sujeito (±animado; ±humando), tipo de verbo (±dinâmico) e valores modais expressos. Como aparato teórico, utiliza-se a Gramática Discursivo-Funcional (doravante GDF) de Hengeveld e Mackenzie (2008), cujo modelo de descrição gramatical está organizado em quatro níveis hierárquicos: Nível Interpessoal, Nível Representacional, Nível Morfossintático, o Nível Fonológico. Cada um desses níveis gramaticais é hierarquicamente organizado em camadas, o que permite captar diferentes níveis de gramaticalidade dos itens em exame. A modalidade, na GDF, é relacionada a três camadas no Nível Representacional, que representam três orientações: para o participante, para o evento ou para a proposição (HENGELVELD, 2004). Em cada uma dessas orientações, são possíveis distinções modais em termos de facultativo, epistêmico, deôntico, volitivo, evidencial. Essa proposta serve como apoio teórico-metodológico para análise dos usos modais de poder e dever. Nas análises baseadas em outros estudos (DALL'AGLIO HATTNHER E HENGEVELD, 206; GASPARINI-BASTOS, 2014, por exemplo), identificaram-se os valores: para o poder, facultativos e deônticos tanto orientados para o participante quanto para o evento e epistêmico orientado para o episódio; e para dever, deônticos tanto orientados para o participante quanto para o evento, volitivo orientado para o evento e epistêmico orientado para o episódio. Com base na proposta da consideração das relações de escopo da GDF, é possível hipotetizar um trajeto de gramaticalização que parte dos valores modais orientados para o participante em direção aos valores orientados para o episódio em um caminho unidirecional.
Palavras-chave: verbos modais poder e dever, polissemia, gramaticalização, modalização, Gramática Discursivo-Funcional
Agência financiadora: Bolsista IC PIVIC – UFERSA
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Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
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